O Sul é a terceira área a realizar a etapa regional da Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação
CRÉDITO: Alana Morzelli e Flávia Cé
EDIÇÃO: Alice Lima e Priscila Murr
Quatorze anos depois da última Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, cada uma das cinco regiões do Brasil reúne seus estados para discutir propostas de curto, médio e longo prazos para a ciência brasileira. Nos dias 25 e 26 de abril, a etapa regional Sul reuniu instituições públicas e privadas de ensino superior e de pesquisa, comunidade científica, sociedade civil e terceiro setor, em evento na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Após as etapas regionais, as propostas discutidas serão levadas para a fase nacional, que será realizada em Brasília (DF) entre os dias 04 e 06 de junho. No Distrito Federal, os participantes devem contribuir para a formulação da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação (ENCTI). Trata-se de um plano de atuação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o período entre 2024 e 2030, com o objetivo promover o alinhamento de todos os órgãos que integram a estrutura do MCTI, para desenvolver objetivos em comum e incentivar investimentos na área.
A Conferência Regional Sul, com o tema “Justiça, Sustentabilidade e Desenvolvimento”, foi pautada por cinco grandes eixos:
- Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de CT&I;
- Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas;
- Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais;
- Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social;
- Estratégias de popularização da ciência.
Diferentemente das diretrizes nacionais, o quinto eixo acontece apenas na região Sul e foi sugerido na etapa estadual paranaense. Ao longo dos dois dias de evento, aconteceram palestras, paineis e apresentações com representantes dos três estados, com a presença da Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, e o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina, Diogo Wessling.
A Secretária do Rio Grande do Sul fala sobre as expectativas para o evento: “Este é um momento muito rico e simbólico para que os estados do Sul possam se conhecer a partir das estratégias e efetivamente construí-las de forma conjunta. Acredito ser fundamental esse olho no olho e essa aproximação para que possamos nos fortalecer”, pontua Stülp.
A etapa regional tem como propósito reunir e alinhar as estratégias e orientações definidas em cada fase estadual. Confira os paineis discutidos pela regional Sul:
- Ciência, tecnologia e inovação na Região Sul;
- Amparo à pesquisa na Região Sul;
- Resultados das Conferências Estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Secretário de Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda, se pronunciou sobre a necessidade do envolvimento entre a sociedade e a ciência. Nesse sentido, Arruda defende a atuação essencial da ciência e tecnologia para resolver as demandas populacionais. “A ciência é para quê e para quem? A ciência é para o povo brasileiro, para responder aos problemas sociais”, defende.
A programação incluiu apresentações de Grupos de Trabalho (GTs) guiados pelos eixos temáticos da Conferência e, após as apresentações dos temas, foram discutidas propostas para o futuro da ciência e da tecnologia no Brasil. Das propostas, 58 foram aprovadas e serão levadas ao Congresso Nacional. Confira quais foram selecionadas no site oficial do evento.
As propostas surgiram das discussões promovidas ao longo do evento e foram sugeridas diretamente pelos participantes. Marcos Akira, estudante da Universidade Estadual de Londrina (UEL), fala a respeito da sua participação nos debates. “O evento traz as pessoas, que são o fator principal de mudança e proposição de ações. É um espaço rico para essa construção”, garante.
Além dos paineis, uma apresentação do Teatro Científico da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), abriu o evento contando a história da Doença de Chagas, a fim de demonstrar, de forma lúdica, a importância da ciência para a sociedade. Nesse sentido, o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, aponta a importância de reuniões como essa. “É um momento de troca de experiência e planejamento muito rico. Esse é um momento também para a gente ouvir a comunidade, suas demandas, e fornecer respostas”, diz.