Como a minha experiência na Agência Escola influenciou minha forma de entender e produzir cultura #AgenciaEscolaUFPR
Por Giulia Pawlow Passaes
Organizar o Movimento Conexão foi um desafio para todos da Agência Escola UFPR, mas o resultado foi incrível! O evento cultural aconteceu inteiramente de forma virtual e ao vivo e contou com várias apresentações artísticas, shows e webinários sobre arte e cultura durante dois dias, em 2020, durante a pandemia de Covid-19. Inclusive, ganhou uma segunda edição ainda no isolamento social devido ao sucesso e repercussão na mídia da sua primeira edição, com matérias publicadas no Jornal Plural e na coluna Barulho Curitiba do portal Bem Paraná, por exemplo.
Acredito que, assim como eu, bolsista de Artes Visuais na AE, muitos dos bolsistas que organizaram o evento tiveram com o Movimento Conexão a primeira experiência de organização de um evento virtual. Houve muito planejamento, mas na prática sempre era um desafio. Criamos uma equipe de monitoramento e organização, fizemos e refizemos inúmeros testes de exibição de som e vídeo e das ferramentas para exibição ao vivo e muito mais. Na hora do evento sempre rolava um nervosismo com a possibilidade de acontecer algum imprevisto, mas já estávamos preparados e amparados e foi só sucesso!
Além de participar da organização, tive a oportunidade de apresentar um quadro de videoarte com trabalhos dos meus colegas do curso de Artes Visuais. Foi muito legal ver nossos trabalhos, que geralmente ficam restritos aos alunos do curso ou frequentadores das exposições, atingirem um público mais amplo e em outro contexto. Mais que isso, também estávamos com saudade de mostrar nossos trabalhos e o que continuamos fazendo durante o isolamento para outras pessoas, e o Movimento Conexão fez isso acontecer.
Além disso, o Movimento Conexão resultou no vídeo “Cultura é Conexão“, premiado com o segundo lugar no 2° Concurso Audiovisual da Andifes, no qual participei como Diretora e Diretora de Arte, além do planejamento do projeto. O vídeo também foi um desafio por ter sua organização, direção e filmagem feitas inteiramente de forma virtual.
Na AE tive as minhas primeiras experiências com Direção e Direção de Arte e principalmente com audiovisual, o que influenciou e influencia muito minhas produções artísticas pessoais e pesquisas acadêmicas. Nessa equipe, trabalhei muito com o Thiago Benites, um profissional do audiovisual que admiro muito e que chegou cheio de referências incríveis para o meu trabalho e que fez toda a diferença na minha experiência pessoal na Agência Escola. Depois desse contato, passei a olhar a produção audiovisual e o vídeo de forma diferente, uma área que tem muita potência e muitas possibilidades.
A parte de divulgação sempre é muito interessante pra mim: na minha área, não temos muitas experiências de como divulgar nossos trabalhos e eventos para o público além daquele que frequenta os espaços de arte, então sempre aprendo muito sobre essa área com a AE, além de pensar o público e o ambiente a partir de outras possibilidades. Qual o público que vai ter contato com essa informação? Como ele vai absorver e ler isso? Quais as possibilidades de interpretação? Quem realmente precisa alcançar essa informação hoje? São questionamentos e desdobramentos que passei a fazer quando organizo um projeto tanto na Agência Escola quanto no curso de Artes Visuais.
Nesses dois anos que participei da Agência Escola, tive experiências nas áreas de Design, audiovisual, pesquisa e catalogação de imagens e de videoarte, organização de guias internos, etc. Foi muito importante fazer parte de vários segmentos dentro da AE: adquiri muita experiência nas mais variadas áreas e passei a me relacionar com alunos de graduação de outros cursos do meu Setor, pensando principalmente nas áreas de Comunicação, Jornalismo, Design e Publicidade e Propaganda a partir de outras possibilidades.
O trabalho e o comprometimento com a divulgação científica e cultural da AE me ajudou muito a entender as Artes Visuais como uma área que também produz muita ciência e como ela pode – e deve – ser divulgada para atingir outros públicos, e ter seu papel cumprido de tocar as pessoas.
Para mim, a experiência da Agência Escola poderia se resumir em acessar e pensar as mais variadas informações, contextos e públicos a partir de outras perspectivas.
Refleti muito sobre o papel da AE durante a pandemia e o isolamento social e acredito que somos uma ferramenta potente de democratização do acesso à informação; o que no contexto social atual se configura, inclusive, e principalmente, como um posicionamento político. E ser parte ativa disso me dá muito orgulho. ❤️
