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Exposição Notáveis traz história de pesquisadores que aproximam a trajetória da UFPR na SBPC

Por Pedro Macedo
Edição: Alice Lima

“Abrir as portas do passado é também abri-las para o futuro”, destaca Rafael Faraco Benthien, professor no Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É com esse aprendizado que ele explica a importância da exposição Notáveis: Memória e Presença. Produzida por uma complexa curadoria envolvendo historiadores, designers e equipe audiovisual, a obra traz a trajetória de sete pesquisadores cuja atuação está relacionada a duas instituições de destaque científico: a própria UFPR e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Criada em forma de totens impressos expostos na área de credenciamento da 75ª Reunião da SBPC, o foco da exposição foi notabilizá-los no sentido de valorizar o caráter inovador de suas pesquisas. “A questão foi realçar que cada uma dessas figuras serviram como ponte entre a UFPR e a SBPC, mas também como parte expressiva de inovação em suas pesquisas, que dialogam entre várias disciplinas”, explica o professor Benthien.

Confira os homenageados na exposição. Todas as fotos fazem parte do acervo.

 

 

Araci Asinelli da Luz
Euclides Fontoura da Silva Júnior
Glaci Zancan 
João José Bigarella
José Loureiro Fernandes
Metry Bacila
Newton Freire-Maia

Para o professor Rafael, os nomes escolhidos para a exposição dos Notáveis se destacam pela criação de condições institucionais para fomentar o trabalho científico. “Durante todo trabalho pensamos em destacar as pessoas com quem elas tiveram contato, como quem as ajudou na formação e quem elas formaram”, explica o pesquisador. 

A UFPR foi fundada em 1912, sendo federalizada em 1950 para a condição atual. Já a SBPC foi fundada em 1948. A proximidade temporal representa uma história sólida e as trajetórias de desenvolvimento se confundem em muitos momentos. Ao lado de Belo Horizonte (MG), Curitiba ocupa a segunda posição entre as cidades que mais sediaram a Reunião Anual, atrás apenas de São Paulo.

Além disso, os eventos realizados na capital paranaense se caracterizam pela proximidade com eventos históricos. Por exemplo, a 23ª Reunião Anual foi realizada em 1971, durante um momento duplamente tenso: o regime ditatorial e a Reforma Universitária.

“Toda essa memória da UFPR no evento é traduzida por meio desses nomes, que foram atuantes nas reuniões anuais e representam o nome da universidade no âmbito científico nacional”, explica Benthien. 

 

Professor Benthien esteve presente todos os dias durante a 75º Reunião Anual da SBPC. Foto: Pedro Macedo

 

Com as trajetórias desses pesquisadores, além de disseminar a importância de suas pesquisas, o professor Benthien coloca o público em contato com aspectos da história da instituição e do sistema de ensino e pesquisa brasileiros. “Essa dimensão apaixonante da pesquisa te coloca diante de situações inusitadas e trouxe diversas situações sobre a instituição e principalmente sobre o momento específico em que vivemos”, explica o professor. 

O principal diferencial da exposição é trazer o histórico de formação dessas pessoas com os diferentes tipos de ciência que eles lidavam naquela época. “Muitos dos pesquisadores se formaram antes da reforma universitária de 1968 e eles têm uma maneira diferente de proceder e pensar a visão de mundo universitária”, explica.

“Assim é importante analisar essa visão de diferente e como opera o raciocínio da ciência daquela época para o que é produzido hoje e ver as possibilidades que temos de aprender com o passado e desenvolver um futuro de possibilidades”, diz.  

 

A exposição esteve presente no espaço de credenciamento do evento. Um lembrete para quem chega sobre a história. Foto: Pedro Macedo.

 

Sobre a exposição

A exposição foi delineada a partir do momento da escolha da UFPR como anfitriã do evento. A partir disso, foi montada uma comissão para o levantamento das relações históricas entre as duas instituições. O professor Benthien, junto da equipe, chegaram a esses nomes montando um reportório que possibilitou o trabalho ocorrer de diversas maneiras. 

“O acesso ao acervo dependeu de cada caso. No caso do Loureiro Fernandes, por exemplo, ele tem vários arquivos espalhados pela cidade e em várias instituições. Assim a gente conversa com pessoas próximas e estão envolvidas nessa história coletando esse material. No caso da Araci, ela continua atuante e estava até aqui, na SBPC na UFPR, todos os dias”, conclui.

Além do resultado nos totens, a exposição também está disponível no site da SBPC, onde você encontra todos os detalhes sobre o trabalho.

 

Ficha técnica

Curadoria: Rafael Faraco Benthien, Ricardo Marcelo Fonseca e Rodrigo Arantes Reis.
Produção textual: Matheus Mocellin Arcie, Rafael Faraco Benthien.
Identidade visual: Rafael Faraco Benthien, Samarah Wippel Selski, Sarah Scholz Dias.
Designer: Samarah Wippel Selski.
Pesquisa: Gabriela Araceli Britez Timm, Laurene Veras, Rafael Faraco Benthien, Silvia Moro
Conque Spinelli, Matheus Mocellin Arcie.
Produção: Livia Priori Gonçalves, Karla Adriana Nascimento Cunico, Wilson Voitena / Unigraf.
Webdesigner: Wilson Voitena / Unigraf.
Produção Audiovisual: Carlos Debiasi / TV UFPR.

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Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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