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Da saúde ao meio ambiente: Fiocruz apresenta suas pesquisas de maneira interativa

Por Gabriel Domingos
Edição: Alice Lima
Fotos: Gabriel Domingos e Letícia Negrello

A Fundação Oswaldo Cruz participou da 75º Reunião Anual da SBPC com estande interativo e destaque para mulheres na ciência. Há duas semanas, a Agência Escola esteve na Casa de Oswaldo Cruz (Fiocruz) no 18º Congresso RedPOP, da Rede de Popularização da Ciência. Agora, recebe colegas da instituição na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Marco Aurelio Krieger, vice-presidente da Fundação, apresentou a conferência “Ciência, Tecnologia e Inovação em defesa da vida”, ao lado de Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, Helena Nader, presidenta da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Pedro Wongtschowski, líder da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), participou da conferência articulada pela UFPR e pelo Instituto Carlos Chagas (ICC) e discutiu o momento do país quanto às práticas de ciência e saúde, principalmente, nos efeitos pós-pandemia da covid-19.

Marco também destacou o histórico da Fiocruz enquanto instituição para combate das emergências sanitárias. O castelo da Fiocruz foi o local em que aconteceu o desenvolvimento do soro da peste bubônica e foi importante para combater a varíola e a febre amarela.

“O nosso foco é usar o conhecimento científico para tentar produzir benefícios para a sociedade brasileira”, diz Marco.

A vacina da covid-19, pensando no aprendizado da pandemia, foi uma tecnologia desenvolvida com ampla velocidade e eficiência, segundo Marco. Agora, há uma ideia de usar essa técnica e essa agilidade para desenvolver soluções para outras situações, como o combate ao câncer, por exemplo.

Marco também destacou a necessidade da aproximação entre ciência e sociedade, das oportunidades que são possíveis quando os projetos científicos são desenvolvidos em parceria com as pessoas e que é preciso saber quando e onde usar as ferramentas de ciência que estão à disposição.

 

Ciência encantada: os jogos e as ações interativas na SBPC

Maria das Graças Rojas Soto, coordenadora de comunicação e extensão de divulgação científica da Fiocruz Paraná, diz que a busca é por formas de encantar pelo conhecimento, “esse é o nosso maior propósito”, afirma. Para Maria, é pela arte e pelo lúdico que o conhecimento se torna uma descoberta e algo divertido. Ao se conectar emocionalmente, as pessoas se envolvem com as ações e desenvolvem outras competências.

Jogos interativos da Fiocruz | Foto: Letícia Negrello

“Desenvolvemos roteiros para histórias, personagens, jogos”, diz Maria. O dominó sobre dengue, zika e chikungunya funciona a partir de associações. Por exemplo: se você pegou uma peça com o mosquito vivo ela será conectada à peça do jardim sujo, da água parada.

Segundo Maria, a primeira versão, em tabuleiro, consumia um tempo grande e nas feiras não conquistava o público. Já o dominó conquista da criança aos avós.

O ‘campeão’ de bilheteria é o jogo de dardos, no qual o pessoal testa a mira, mas ao mesmo tempo precisa contar com a sorte nas cartas para somar o maior número de pontos. E as cartas, diz Maria, são uma estratégia para passar todas as informações científicas, ou seja, não há ganhador antes que a divulgação esteja completa.

Foto: Letícia Negrello

O Zé Gotinha esteve no estande da Fiocruz e foi agraciado pelas crianças e pelos mais velhos. Maria ressaltou o carinho pelo personagem e que isso é o encantamento que eles buscaram durante os dias do evento. “A palavra é encantamento”, diz. Encantar pelo conhecimento é uma forma de aproximar da ciência e de transformar.

 

A SBPC transformando os jovens

No começo do ano, antes de a Reunião Anual da SBPC começar, nem todos tinham ideia de como o evento seria grande e tem potencial transformador. Porém, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, sabia desse potencial. Ele conta que seus colegas do último evento em Curitiba, em 1986, foram transformados pelo evento, assim como ele, que tem muitas memórias daquela experiência.

 

Para Maria das Graças, a SBPC é uma semente, um começo para essa entrada nos eventos científicos. Tuany Rodrigues, aluna da Fiocruz-PR e pesquisadora sobre a malária, também falou sobre os jogos e que foi a estratégia para apresentar a instituição de uma forma fácil. Falando do dominó, ela diz que as crianças vão discutir as associações que o jogo propõe: “O mosquito vivo vai deixar a pessoa doente”, diz ela sobre a reação das crianças. Esse aprendizado divertido é o mais importante para a Tuany.

“Dentro da pesquisa, a gente se fecha muito e as pessoas não ficam sabendo. Com essa divulgação, a gente traz para dentro, eles passam a nos conhecer”, diz Tuany.

Para ela, a aproximação da ciência é pela alegria e por transbordar o amor pela pesquisa. Foi assim que ela se apaixonou pela ciência e também é a forma com que ela quer mostrar o quanto a pesquisa é legal.


 

A ponte RedPOP/SBPC – da saúde ao meio ambiente

Inez Sodré, da Fiocruz-RJ, trabalha com a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da instituição. Os professores desenvolvem, com os alunos, projetos sobre o tema e são selecionados como destaque. Na SBPC, ela está ajudando na divulgação do projeto de ciência e também demonstra o quanto a ciência é importante para os visitantes.

“Passaram pelo nosso estande mais de duas mil crianças de manhã e mais de duas mil à tarde”, diz Inez. Isso deu a ela uma recepção que não foi possível ver nas últimas edições por conta da pandemia da covid-19.

“Você ver a reação das pessoas presencialmente, a empolgação que eu passo para você aqui na minha voz, eu vejo esse brilho no olhar dos meus alunos”, conta, valorizando o quanto é importante a experiência dos alunos no evento.

Ela também destacou o quanto saúde e meio ambiente estão conectados e a forma com que as pessoas dão o tom da proteção ao meio ambiente e da influência da preservação na qualidade de vida, na saúde. Para Inez, não tem saúde sem meio ambiente e nem meio ambiente sem saúde.

Também estiveram presentes na SBPC o laboratório de ciência móvel da Fiocruz e o Museu da Vida, que teve a ação no “Circo da Ciência”.

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Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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