Criar nomes para projetos da Agência Escola UFPR me fez entender meu papel como criativo e redator #AgenciaEscolaUFPR
Por Victor Finkler Lachowski
Faço parte da Agência Escola UFPR como bolsista de Publicidade e Propaganda desde o seu início em 2018, quando éramos um projeto aprovado, com conceitos bem definidos, porém nada prático posto na realidade. Nossas produções ainda não existiam, assim como nosso espaço físico. Vi tudo sendo construído, refeito, refinado e desconstruído para criarmos ideias em cima de estruturas já experimentadas por nossa equipe.
No começo, nada era, e com o nome, tudo veio, tudo era verbo, tudo era nome. O nome é o primeiro passo para a existência de algo, o nome torna algo real. Isso vale para nossos medos, sonhos, conhecimentos, e não poderia ser diferente para o que fazemos aqui na Agência Escola UFPR.
Já nos chamamos “Agência Escola de Comunicação Pública e Divulgação Científica e Cultural da UFPR”, ufa! Depois reduzimos para “Agência Escola de Comunicação Pública UFPR”, mais fácil, né? Por fim, nossa última síntese nos nomeou de “Agência Escola UFPR”, a “AE”. Essas decisões de novos nomes, renaming na área da Publicidade e Propaganda, também seguiram estratégias de comunicação e marketing, seguindo demandas que adequassem a Agência à realidade vivida e para nossos objetivos.
A técnica de dar nomes na Comunicação – mais especificamente na Publicidade, chamada naming – envolve criar o nome para marcas, projetos, produtos ou ações específicas, como um programa audiovisual, um programa de rádio e até mesmo um podcast (exemplos do que fiz na Agência Escola). Exige conceber como aquilo será chamado, muitas vezes sem nem existir.
Grande parte das vezes o redator só tem o planejamento do que vai ser feito, um esboço estrutural, no qual se trabalha com problemas e soluções inexistentes, tentativa e erro. A magia é tornar um nome tão natural aos lábios e ouvidos ao ponto do consumidor achar que sempre soube dele, e nunca transpareça todo o processo meticuloso e exaustivo por trás de cada letra, suas junções e conjugações.
O papel de criador, de dar o verbo para algo antes mesmo de sua materialização, exige uma perspectiva do que o futuro pode guardar para a sua criação. Com o passar dos dias, meses e, se tudo der certo, anos, o nome será a primeira característica, e deve perdurar a passagem do tempo, mantendo a magia como se fosse recente e, ao mesmo tempo, sempre estivesse ali. Esse é o momento em que uma ideia se torna ação.
Hoje repetimos os nomes do que fazemos na Agência como se sempre estivessem lá, não lembramos do tempo onde o tudo era nada. Estranho pensar que, onde hoje existe carinho, preocupação, dedicação e esforço, já foi um vazio, sem nome, sem verbo. A palavra tem o poder, o poder de existir e dar existência.
Assim surgiu o “Fala, Cientista!” (podcast), “ReCorte Final” (audiovisual), “Boletim Volume UFPR” (sonoro/audiovisual), “Movimento Conexão” (evento cultural online), “Bate que eu Debato” (audiovisual), entre outros projetos da AE.
Minha função de redator da Agência Escola foi posta à prova, com desafios nunca enfrentados na minha vida profissional, tanto em questão de demanda quanto em quantidade (já tive que criar naming para três produções simultaneamente). Apesar de fazer outros em separado ocasionalmente, nada supera as primeiras escaladas.
Consegui, dentro das minhas capacidades, cumprir minha missão, e hoje sinto orgulho de ver os nomes sendo falados, escritos e dispostos visualmente pela Agência Escola. Fui criador do verbo, dos verbos, e entre tentativas (superando a casa da centena em opções) e erros (apenas uma opção é aprovada entre dezenas), me sinto mais preparado como criador.
Minha trajetória pela AE é repleta de outras funções: escrevi roteiros, peças publicitárias, slogans, fiz planejamentos de campanhas, conceitos criativos, participei de gravações em rádio e audiovisual. Falei, escutei, debati, errei e aprendi, vivi muitas experiências inesquecíveis e agregadoras em nome da divulgação científica.
Histórias inspiradoras, que me inspiraram a ser uma pessoa melhor, mas que ficam pra próxima.