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Saiba como a fotografia pode ser empregada como suporte no contexto científico

Por Giovani Sella

Fotos: Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE)

Supervisão Maíra Gioia 

 

Registro fotográfico de cavernas e de pinturas rupestres em sítios arqueológicos, por exemplo, respalda a pesquisa 

 

Com o avanço da tecnologia, a fotografia – amadora ou profissional – se popularizou e o registro em imagem passou a ser algo corriqueiro. A maior parte dos brasileiros têm um dispositivo fotográfico à sua disposição: seu próprio celular. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostra que mais de 163 milhões pessoas possuíam, em 2023, telefone móvel com acesso à internet, ou seja, um smartphone.
A fotografia já foi completamente analógica, mas passou por um processo de digitalização e, atualmente, figura em grande parte do conteúdo on-line. Fotografar nunca foi tão fácil, porém quando se posa para uma foto, não se vem à mente os diversos usos que esse registro pode ter.

Nas ciências humanas e na tecnologia, a fotografia é objeto de análise há décadas. Os signos, sentidos e significados que estão presentes nas fotos são amplamente investigados pela área das humanidades. Nos estudos de tecnologia, podemos ver o gerenciamento de dados de fotos digitais e, mais recentemente, os algoritmos generativos de imagens. A ciência também pode usar a fotografia como suporte para estudos de outros temas. Esse é o caso dos registros das pinturas rupestres estudados pelo Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), por exemplo.

 

Caverna das Andorinhas. Foto: GUPE

Fotos de pinturas rupestres

O projeto “Tibagi Rupestre” investiga pinturas rupestres recém descobertas em sítios arqueológicos na Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana, formação geológica que delimita o Primeiro e o Segundo Planalto paranaense, no Parque Estadual do Guartelá, que engloba os municípios paranaenses de Tibagi, Castro e Piraí Do Sul. O nome escarpa deve-se à formação de furnas, de idade devoniana, mas com características geomorfológicas mais recentes. À frente da pesquisa está o GUPE, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos de Ponta Grossa (PR), que tem como objetivo a investigação espeleológica, ou seja, o estudo de cavernas. O Tibagi Rupestre é financiado por um programa da Secretaria de Estado da Cultura e do Governo do Paraná e faz expedições para a pesquisa em cavernas, fendas e abrigos nas mais diversas áreas. Parte importante do projeto é o registro fotográfico das cavernas e das pinturas rupestres que nelas existem. A fotografia entra exatamente nesse contexto de atuação no projeto.

 

Equipe do GUPE em atividade. Foto: GUPE

Angelo Eduardo Rocha, jornalista e integrante do GUPE é também doutorando do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro do Click (Grupo de Pesquisa Comunicação e Cultura Ciber). Ele explica que a fotografia tem dois usos no projeto: sob a perspectiva de divulgação científica, com o objetivo de mostrar à sociedade as características da escarpa devoniana; e no sentido de reconhecer as pinturas rupestres através de um aplicativo para celular chamado dstretch, que evidencia os traços das pinturas. Ao falar sobre a importância da divulgação, o doutorando afirma que “muitas das pessoas não conseguem imaginar a escarpa”. Complementa dizendo: “No meu trabalho eu busco mostrar além da pintura rupestre, busco criar imagens que demonstrem o que é a Escarpa Devoniana de fato […] Não se respeita a distância mínima da escarpa devoniana”. Suas imagens e vídeos são vinculados nos mais diversos canais de comunicação, como o instagram do GUPE.

 

Antes da imagem processada pelo dstretch. Imagens: GUPE

Depois da imagem processada pelo dstretch. Imagens: GUPE

 

As imagens produzidas pelo projeto, feitas a partir do dstretch, facilitam a visualização das pinturas.

 

Essas fotos são então utilizadas para estudos arqueológicos posteriores. E o conteúdo das artes rupestres é importante para determinar como viviam os antepassados na região dos Campos Gerais do Paraná. As primeiras representações de Araucárias foram descobertas por uma pesquisa do GUPE, em 2023. Isso revela a importância dessa árvore para a região.

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A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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