Por Artur Lira
Fotos: Mohammad Fayad/Unioeste
Supervisão: Maíra Gioia
O climatologista Carlos Nobre acredita que o Brasil pode ser um dos primeiros grandes emissores a eliminar completamente sua poluição climática
O ano de 2024 foi um período com desastres climáticos marcantes no mundo e no Brasil como as enchentes no Rio Grande do Sul, no Brasil, e Valência, na Espanha, a seca recorde na Amazônia e granizo no deserto de Al-Nafud. Diante desse cenário global da questão climática, especialistas de todo Paraná debateram análises e soluções locais para o clima em Foz do Iguaçu (PR).
“A conferência permitiu com que avançássemos em muitos temas ligados à emergência climática de interesse nacional e internacional, posicionar a situação da emergência climática no Paraná, cada uma das mesas-redondas que foram apresentadas tiverem a particularidade de colocar em destaque a relação da emergência climática no estado do Paraná e de maneira geral o que foi constatado e apresentado a sociedade nesses 1,5 quase 2 anos de trabalho de Napi Emergência Climática foi que o estado tem apresentado sim elevação de temperaturas especialmente mudanças térmicas da situação de inverno e primavera e com a intensificação da variedade pluviométrica”, comenta o coordenador do Napi Emergência Climática, Francisco de Assis Mendonça.
Ao todo 581 pessoas se inscreveram na conferência nas modalidades online e presencial. O evento contou com nomes como o do climatologista Carlos Nobre, membros do Governo Federal como Maneco Hassen, secretário para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul e Marcos Sorrentino, do Ministério do Meio Ambiente, e do Governo do Estado como Camila Scucato, secretária de estado das Cidades, e Marcos Pelegrina, diretor da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
“Eu não tenho nenhuma dúvida o Brasil pode ser o primeiro país no mundo a zerar as emissões, país de grandes emissões, países pequenos como Costa Rica, Gabão, estão reduzindo mais rapidamente as emissões, zeraram o desmatamento estão fazendo restauração, mas são países pequenininhos com baixas emissões, o Brasil nos últimos anos chegou a ser quinto maior emissor e agora com a redução do desmatamento na Amazônia, na Mata Atlântica e nos últimos 5 meses no Cerrado, passamos a ser sexto, sétimo emissor”, explicou Carlos Nobre na abertura do evento.
Soluções e análises apresentadas
Uma das análises apresentadas no evento foi feita na mesa-redonda: “Emergência climática – estado da arte, evidências no Paraná e alertas e a necessidade do desenvolvimento de planos de contingência robustos”.
“Uma coisa que foi muito importante que foi levantada lá foi justamente as pessoas se questionarem, inclusive nós mesmos como pesquisadores, se houver um evento que nos force a sair das nossas casas, nós saberemos para onde ir? Nós saberemos o que fazer? Então é fundamental que o poder público, os gestores, eles estejam preparados para enfrentar esse problema e também preparados para informar a população sobre esses problemas”, conta Wilson Feltrim.
Conectada justamente com a questão da comunicação da informação, a mesa-redonda: “Emergência climática – educação e comunicação necessárias” discutiu a necessidade de ações de conscientização da população utilizando a educação ambiental, mas também do desenvolvimento de produtos comunicacionais que chamem a atenção e de fato engajem a população para se informar e participar de ações sobre a questão climática.
“Cada vez mais a comunicação, a educação e a divulgação científica se mostram imprescindíveis para aumentar o engajamento da sociedade para as mudanças climáticas, em especial ao que tratamos nessa rede de pesquisa como emergência”, comentou a professor Regiane Regina Ribeiro, coordenadora da Agência Escola UFPR em sua apresentação.
Serviço
As mesas-redondas da conferência estão disponíveis no canal no Youtube do evento. Para saber mais sobre o Napi Emergência Climática você também pode conferir informações no Instagram do grupo.