A iniciativa oferece tradução e revisão gratuita para trabalhos que tenham relação direta com o novo coronavírus #AgenciaEscolaUFPR
Sob supervisão de Chirlei Kohls
De acordo com o idealizador e diretor do Capa, Ron Martinez, a criação do edital partiu da urgência global por novas pesquisas sobre o coronavírus. “A questão é disseminar, o mais rápido possível, informação que pode salvar vidas no mundo inteiro”. O professor do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (Delem) da UFPR também destaca a criação de uma equipe de especialistas em áreas da saúde, que dará suporte aos trabalhos. “Teremos um comitê assessor científico composto de doutores de áreas de conhecimento relevantes, como infectologia e genética, que vão auxiliar a equipe de tradutores com expertise e agilidade”, comenta.
Novas pesquisas sobre a Covid-19
O lançamento do edital também marca a ampliação dos serviços do Capa. Antes, o centro de escrita oferecia assessoria para artigos produzidos na UFPR. Com a emergência do novo coronavírus, os horizontes se expandem para artigos produzidos em outras instituições do Brasil. “Perante essa pandemia, vamos abrir essa oportunidade. Vão chegar para nós inúmeros estudos com dados inéditos sobre Covid-19, e que precisam ser compartilhados com o mundo todo, o mais rápido possível”, explica Martinez.
O governo federal também deve fomentar a produção de conhecimento sobre o novo coronavírus. Serão destinados R$ 50 milhões para pesquisas sobre novos métodos de diagnóstico, tratamento e interrupção da transmissão da doença. Com o financiamento, novos estudos surgirão em diversas instituições do país e poderão contar com os serviços oferecidos pelo Capa. “Talvez isso inspire outras universidades a montar centros de escrita”, afirma Natália Junghans, aluna de Licenciatura em Letras da UFPR e integrante do Capa.
Quando produção e isolamento precisam andar juntos
Mesmo com as medidas de isolamento social recomendadas para conter a disseminação do novo coronavírus, o trabalho do Capa continua de maneira remota. Natália acredita que apesar das atividades continuarem à distância, o isolamento pode afetar o trabalho do grupo. “O diálogo e o acolhimento, que são o diferencial do nosso trabalho, ficam comprometidos em chamadas de vídeo. Penso que a tradução, bem como a escrita, não é idealmente solitária”, conta.
Apesar da distância, Martinez também aponta para a união do grupo, que segue em conjunto, para a valorização da pesquisa acadêmica realizada no Brasil. “Sempre tivemos uma equipe bastante solidária, e o coronavírus não mudou isso. Estamos realizando nossas reuniões por meio de plataformas virtuais, e, felizmente, o nosso trabalho vai continuar”, exalta.
O primeiro writing center do Brasil
O Capa foi criado em 2016, como um espaço de diálogo sobre a escrita acadêmica. Integrando alunos, professores e diferentes instituições, os trabalhos do grupo ajudam a ampliar a qualidade e quantidade de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais. A criação do primeiro centro de escrita (writing center) do país tem como base os núcleos de universidades norte-americanas. Na UFPR, o Capa funciona como um núcleo de ações coordenadas que envolvem não apenas professores, mas alunos de graduação e pós-graduação, voluntários e bolsistas, em caráter interdisciplinar.
O Capa presta serviço à comunidade interna e externa da Universidade através de cursos, revisão de textos e assessoria individual, tudo sem fins lucrativos. O grupo também serve como espaço de iniciação científica e formação profissional, para os alunos da Licenciatura em Letras. “Os bolsistas estão envolvidos em todas as etapas do trabalho. Através do contato próximo com os autores, trabalhamos não só questões de língua, mas também questões estruturais do texto e compartilhamos nossas impressões”, explica Natália.
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