Rodrigo Botelho-Francisco coordena pesquisas com temas e abordagens sobre cibercultura em iniciação científica, mestrado e doutorado #AgenciaEscolaUFPR
Por Isabela Stanga
Sob supervisão de Chirlei Kohls
O professor Rodrigo Botelho-Francisco, do Departamento de Ciência e Gestão da Informação e vinculado aos programas de pós-graduação em Comunicação e em Gestão da Informação da UFPR, recebeu o título de livre-docência. A titulação foi concedida pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) reconhecendo seu trabalho de produção de conhecimento científico.
A qualificação é considerada a mais elevada em nível acadêmico e atesta excelência na docência e na pesquisa. Ela também prepara o professor para assumir cargos de grande responsabilidade na estrutura universitária, exercidos por docentes titulares – tais como presidência de órgãos, diretoria, pró-reitoria, reitoria, entre outros.
Nos últimos anos, o professor Rodrigo coordena pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado, com temas e abordagens sobre a cibercultura. “Numa perspectiva crítica, as investigações do nosso grupo de pesquisa buscam uma visão reflexiva e, ao mesmo tempo, aplicada das tecnologias digitais e como elas vêm afetando e sendo afetadas na sociedade contemporânea”, esclarece.
O texto que apresentou para o concurso e lhe garantiu a livre-docência sintetizou esse e outros estudos coordenados por ele ao longo da carreira em torno dos conceitos de literacias emergentes de atores em rede; da observação da cultura digital; da observação, experimentação e inovação tecnológica; e dos softwares livres e de código aberto.
Atualmente, o professor também é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão da Informação e responsável pela área na Agência Escola de Comunicação Pública UFPR. O livre-docente possui 22 anos de academia, somando-se graduação, mestrado, doutorado e docência na Universidade Federal do Paraná.
Para ele, a produção e a divulgação do trabalho científico devem ser pensadas para a sociedade. “Precisamos fazer ciência incluindo a população em geral. Uma vez que as pessoas compreendam como chegamos às nossas conclusões, elas também poderão vislumbrar as informações científicas no seu dia a dia de uma forma mais transparente e cuidadosa”.
A livre-docência
Para receber o título de livre-docência, é preciso passar por concurso, submetendo-se a provas escrita e didática, além de defender uma tese monográfica ou cumulativa. “Foram quatro etapas com parte de encontros presenciais e parte remota. Além de prova didática e escrita, houve a defesa de um texto síntese da minha produção científica e do memorial descritivo. Em todas as fases há a avaliação de uma banca, composta por cinco docentes que são professores titulares ou livre-docentes”, explica o professor Rodrigo.
De acordo com a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), os acadêmicos interessados na nomeação devem ter no mínimo cinco anos de doutorado, bem como linha de pesquisa independente e publicação de livros ou artigos em que figure como autor principal (primeiro autor ou autor de correspondência).
Estima-se que apenas 1,6% do corpo docente brasileiro tenha livre-docência, o que equivale a cerca de seis mil acadêmicos, segundo artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Genética em 2019. Para o professor da UFPR, saber que sua nota era suficiente para aprovação foi emocionante, mesmo com as dificuldades na realização do concurso por conta da pandemia.
O professor Rodrigo enxerga a livre-docência como parte natural do seu processo de formação. Ele espera que a qualificação lhe traga mais maturidade para colaborar na gestão universitária, na produção qualificada do conhecimento e na formação de novos profissionais e pesquisadores, mestres e doutores. “Mais que um título, para mim é um compromisso, como um ritual de passagem na minha formação docente e de cientista”, afirma.
Crédito da foto de destaque: André Filgueira/arquivo, Sucom UFPR