Por Gabriel Costa
Fotos: Vladimir Kozák e Museu do Índio
Supervisão: Maíra Gioia
Em parceria com o Jornal Plural, a história esquecida foi contada para milhares de pessoas
Quando se fala na história do Paraná, muito se pensa no tropeirismo, na erva mate, na revolução federalista e na economia cafeeira do norte pioneiro. Mas a verdade é que o estado esconde muito mais do que isso. Um exemplo é o genocídio do povo Xetá, tragédia acontecida no noroeste do estado e tema de uma série de reportagens do ex-bolsista da Agência Escola e estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rodrigo Matana.

Os Xetá foram vítimas de assassinatos, sequestros, desaparecimentos e brutalidades cometidas com o aval do Estado e de famílias latifundiárias milionárias, influentes até os dias de hoje. A violência não foi um acidente de percurso — foi parte de um projeto. Por baixo dos panos dos discursos de progresso e desenvolvimento do interior morava uma intenção muito mais sombria. Enquanto era celebrava a expansão agrícola e o “desbravamento” do noroeste, o que realmente acontecia era uma guerra silenciosa contra os povos originários da região. Os Xetá foram empurrados para o esquecimento e quase apagados da história do Paraná. As reportagens têm como base uma dissertação de mestrado de 1998, feita pela pesquisadora Carmen Lúcia da Silva. O trabalho integrou o Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Para conseguir dar ainda mais alcance às reportagens, a Agência Escola UFPR as publicou em parceria com o Jornal Plural, importante plataforma de jornalismo independente. O fundador e editor do Plural comentou sobre a parceria que culminou na série de reportagens.
“Tem coisa que dá gosto de publicar. Quando a gente vai estudar a história do Paraná, a gente estuda só aquelas coisas mais oficiais, mas tem coisas que são determinantes para quem a gente é hoje — que ficam esquecidas. É o caso do genocídio dos Xetá”, afirmou.

O trabalho contou com ilustrações da estudante de Design e bolsista da Agência Escola UFPR Chaiane Petroli e demonstra o compromisso da Agência Escola com a ciência e com a forma como ela é divulgada.
A história dos Xetá não pode ser esquecida. Mais do que isso, ela tem que ser contada, lida e ouvida. Por todos(as).
Acesse as reportagens:
https://www.plural.jor.br/resistencia-xeta-genocidio-nao-pode-ser-esquecido-e-precisa-de-reparacao/
Foto em destaque:
à e Kaiuá: reencontro entre irmãos separados por não indígenas e retirados do território originário. Foto: Vladimir Kozák/MUPA