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O que faz um cientista político?

Por Alice Lima

Supervisão: Maíra Gioia

Fotos: reprodução 

 

Profissionais da área são responsáveis por analisar dados e avaliar políticas públicas

 

Jaleco branco, óculos de proteção e laboratório de experimentos, essa é a ideia que grande parte das pessoas têm sobre cientistas. Porém, poucos sabem que a ciência vai muito além disso e engloba todas as áreas de conhecimento do mundo, como é o caso da Ciência Política, responsável por avaliar a efetividade das políticas públicas e analisar o cenário global com um olhar único e que durante as eleições ganham um destaque ainda maior.

 

O professor associado e coordenador do programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bruno Bolognesi, explica que essa ciência procura explicar como se dão as relações entre os fenômenos políticos através de dados, levantamentos e estatísticas.

Qual a função?

As análises de dados auxiliam na compreensão de como os indivíduos se relacionam com as instituições políticas do país e respondem questões importantes para a manutenção e planejamento da política, como, por exemplo: “Como o sistema eleitoral impacta na forma que o eleitor vota?” ou “Como o sistema eleitoral determina as estratégias dos candidatos?”.

Apesar de estar situada em uma área subjetiva, a Ciência Política busca responder essas perguntas através da casualidades e dados quantitativos, ou seja, usando números.

 

“As pessoas tratam a política a partir da opinião, emoção ou avaliação histórica, a gente trata a política com dado”, diz Bruno Bolognesi.

 

As pesquisas conduzidas pelo professor geralmente são focadas em partidos e sistemas eleitorais. Recentemente publicou em parceria com o também professor associado do Departamento de Ciência Política da UFPR Adriano Codato e com o professor associado do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Ednaldo Ribeiro o artigo: “Uma nova classificação ideológica dos partidos políticos brasileiros”, que tem como objetivo propor uma classificação ideológica nova e atualizada dos partidos políticos brasileiros.

 

Mercado de trabalho

O também professor de Ciência Política da UFPR, Rafael Cardoso Sampaio, organizou um livro repleto de dicas práticas para os jovens cientistas políticos ingressarem no mercado de trabalho. Sampaio afirma que o mercado mudou bastante e está muito mais aberto para o profissional.

“Quando fui dar um curso sobre o assunto, reparei duas ausências. Primeiro, os alunos não sabiam por onde começar para entrar no mercado de trabalho. E, segundo, não havia nenhum material realmente aplicado e útil disponível”, afirma.

O guia foi escrito colaborativamente por 23 autores diferentes, incluindo professores, estudantes de graduação e pós-graduação em Ciência Política da UFPR, e mestres e doutores egressos que compartilham suas experiências de inserção no mercado de trabalho. O ebook busca apresentar um guia passo a passo para a inserção no mercado de trabalho.

 

“Se joga! Um guia prático para o cientista político se inserir no mercado de trabalho” está disponível para download gratuito em formato PDF e epub.

 

 

 

 

 

 

 

 

Para além da ciência política

A interface entre ciência e jornalismo (ambos na área política) também impacta a vida diária da população brasileira de diversas formas. Uma delas é através do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, uma fundação pública federal responsável desenvolver pesquisas que deem apoio para ao governo no ajuste e desenvolvimento de políticas públicas.
O Ipea realiza estudos que são levados em conta para as decisões tomadas pelo Governo. Durante as produções de conhecimento são analisados o  perfil e quantidade do público-alvo, localização geográfica, faixa etária e renda. Além disso, são desenvolvidos caminhos possíveis para a políticas públicas. A criação do programa Bolsa Família, por exemplo, teve seu início dentro dos estudos da ciência política.
O técnico de planejamento e pesquisa no Ipea, Cleber Gonçalves, é especialista em comunicação social e divulgação científica. Ele é doutor em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), além de integrar o Click (Grupo de Pesquisa Comunicação e Cultura Ciber).  Diferente de Bruno, o trabalho de Cleber está na outra ponta da pesquisa política, ele é encarregado de comunicar os estudos  produzidos para a população de forma simples e democrática, assim, se dedica no desenvolvimento de estratégias para a divulgação científica.
“Nós percebemos um certo distanciamento entre a comunidade e a universidade. Eu vejo esse meu papel de fazer essa ponte entre a pesquisa e o público como extremamente importante”, diz Cleber.
Cleber comenta a respeito do termo “Transversalidade da ciência”, que diz respeito ao encontro de saberes para o estudo de um tema em comum. Para ele, não é possível fazer uma pesquisa relevante socialmente sem envolver as várias áreas do conhecimento, como é o caso da pesquisa dos efeitos das crise climática, que necessita de especialistas da área de meteorologia, biologia, engenharia e planejamento urbano, cientistas políticos, entre outros.
“Nós não avançamos enquanto sociedade sem a participação da ciência, cientistas de diferentes áreas e vertentes.” diz.
A afirmação exemplifica a importância da existência e apoio para as diversas áreas de pesquisa, uma vez que todas são responsáveis para o desenvolvimento de um mundo mais científico.

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Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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