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Inteligência artificial, gênero e arte são discutidos no segundo episódio do Bate-Pop AE

Por Flávia Cé Steil
Edição: Alice Lima
Artes: Luiza Balliana

Há décadas, produções cinematográficas futuristas representam ferramentas de Inteligência Artificial como vilões com objetivo de dominação da humanidade. A partir do boom recente do ChatGPT, um recurso de inteligência artificial que simula a linguagem humana, entre outros acontecimentos polêmicos, ressurgiram fortalecidas as especulações a respeito do poder de influência das IAs.

No segundo episódio do Bate-Pop AE, Inteligência [ou não] das coisas: comunicação e arte em tempos de IA, a discussão acontece em torno dos novos papéis dessas tecnologias, com uma visão crítica e reflexiva sobre a atuação humana nessa determinação.

Os convidados dessa edição são: Marcos Serafim, bacharel em Cinema e Vídeo pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), mestre em Studio Art (Eastern Illinois University e Michigan State University) e professor de fotografia, vídeo e imagem (Universidade do Arizona), e Luiza Carolina Santos, doutora em Comunicação e Informação (UFRGS), que investiga o discurso de ódio de gênero e realiza sua pesquisa de pós-doutorado a partir do design de gênero em tecnologias e mídias digitais.

“A inteligência artificial tensiona os conceitos de realidade”

Partindo dessa afirmação de Marcos é que se inicia a discussão a respeito da inteligência [ou não] das coisas. Mas, primeiro, o que é inteligência?

Para debater as IAs, é necessário entender o conceito de inteligência. Ao classificar algo como inteligente, a tendência é compará-lo às capacidades humanas. Além disso, desde seu início, na década de 1950, com Alan Turing, os estudos sobre a inteligência das máquinas foram associados à capacidade humana. Isso significa que inteligência é inerente à humanidade?

Para Luiza, o dilema dessa definição vem da incapacidade das pessoas de avaliar os processos de pensamento de outros seres. Em animais, não humanos ou máquinas, o ser humano só tem acesso ao produto final da inteligência, mas desconhece o processo de pensamento que levou até os resultados. Inclusive, o campo das IAs se desenvolveu a partir da referência humana e, por isso, existe certa dificuldade em dissociá-lo dos processos humanos.

Enquanto isso, Marcos defende que esse questionamento pode ser concluído com a ideia de que as IAs talvez se consolidem como uma forma de expansão do conceito de inteligência, justamente por talvez fugirem à convenção dos processos. O professor traz à mesa como essa noção de superioridade e inteligência restrita à humanidade ganha forma na separação entre humano e natureza.

Neste episódio, a analogia entre corpos e mentes humanos e mecânicos é discutida a partir da “disputa” IAs vs inteligência humanaa segunda é melhor por ser orgânica e seus processos serem conhecidos ou, justamente pelo contrário, a técnica supera a organicidade humana?

Arte artificial?

Marcos, como professor e estudioso das artes, é questionado a respeito dos produtos criados por artistas com o auxílio das IAs como ferramentas do processo criativo e sobre as que são baseadas nos bancos de imagem, armazenados por essas máquinas muitas vezes sem a autorização dos autores originais. A discussão é pensada a partir dos paradigmas dos conceitos clássicos de arte – um produto só pode ser considerado arte se for produzido por seres humanos?

Para além da arte, a Inteligência Artificial pode estar presente em muitos outros contextos da vida cotidiana. As potenciais aplicações práticas das IAs variam desde análise de bolsa de valores à assistência de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Cortana, Siri e Alexa – por que as assistentes virtuais reproduzem o feminino?

Eliza (primeiro software de simulação de diálogos, 1964), Siri, Alexa e Cortana são algumas das associações mais famosas do feminino com o maquínico. Essa aproximação entre mulheres e máquinas programadas para executar coisas e obedecer ordens também pode ser vista em obras cinematográficas, como Ex Machina (Alex Garland, 2014) e Her (Spike Jonze, 2013). Luiza, que realiza suas pesquisas a partir do viés social, aborda esse assunto no vodcast.

O episódio

Lançado na plataforma do Youtube no dia 13 de julho de 2023, o segundo episódio do Bate-Pop AE é apresentado pela estudante de Jornalismo da UFPR e bolsista da AE Joana Giacomassa e pela professora Regiane Ribeiro, coordenadora da AE.

Bate Papo AE: ciência em play

Agora, dá uma olhada em parte da equipe da AE que produz o vodcast de divulgação científica e muitos outros produtos.

Parte da equipe da Agência Escola UFPR que faz o Bate-Pop AE acontecer

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Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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