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Em que medida o Paraná já sofre os efeitos das mudanças climáticas?

Por Giovani Pereira Sella
EDIÇÃO: Maíra Gioia

Durante entrevista, o professor Francisco de Assis Mendonça, coordenador do NAPI Emergência Climática, alertou sobre a urgência em minimizar os efeitos dos eventos extremos, como o que atingiu o Rio Grande do Sul   

 

A expressão “mudanças climáticas” ficou em evidência por causa das tragédias sofridas no Rio Grande do Sul após chuvas intensas. As imagens dos noticiários chocaram pela extensão da destruição e rapidez na formação das correntezas, dos deslizamentos e das enchentes. Mas a palavra “mudança” deixou de representar adequadamente a situação em que o planeta se encontra. Quem alerta é o professor Francisco de Assis Mendonça, coordenador do NAPI Emergência Climática (Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação). 

“No estado de emergência em que o planeta vive, já estamos atrasados nas medidas para garantir as condições para a vida humana”, pontua ao comentar em que medida o Paraná já sofre os efeitos da atividade humana, como queima de combustíveis fôsseis e emissões de gases do efeito estufa. A declaração foi dada durante entrevista para a rádio CBN Curitiba. Para o professor, há urgência por adoção de medidas que possam mitigar as mudanças climáticas, que afetam cada vez mais a população mundial.  

Entre o verão e o outono, é comum a ocorrência de chuvas fortes no extremo sul do país, mas o que se viu no estado gaúcho teve dimensões inimagináveis. O volume assustador, segundo especialistas, está diretamente ligado a mudanças climáticas. No Paraná, é possível perceber há mais de 20 anos alterações devido às ações humanas. Por isso, Mendonça alerta que “o estado corre riscos de enfrentar problemas parecidos como o Rio Grande do Sul”. 

Ele afirma que os danos previstos em âmbito regional são diferentes dos enfrentados pelas cidades gaúchas.

“Aqui não temos nenhuma grande área urbana às margens de um lago como acontece no Rio Grande do Sul”, explica.

O professor acrescenta, no entanto, que secas fortes, aprofundamento de erosões em áreas rurais e urbanas, vendavais e tempestades podem ser tão danosas quanto as enchentes vistas esse ano. Ele citou como exemplo o município de Nova Laranjeiras, no oeste paranaense, que em 2023 foi atingido por ventanias acima do normal, que deixaram um rastro de destruição e prejuízo. 

 

Foto: Defesa Civil do Paraná
Foto: Defesa Civil do Paraná

 

Como podemos preparar as cidades? 

Uma das formas de preparar as cidades é seguir o que foi estabelecido no Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR). O decreto que instituiu o programa foi sancionado no Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, e tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e a resiliência das cidades brasileiras diante dos impactos causados pela mudança do clima. Algumas das sugestões foram citadas pelo professor durante entrevista à CBN Curitiba.  

  • Manutenção das matas e fundos de vale: assegurando menos erosões, correntezas, deslizamentos e assoreamentos; 
  • Pensar o abastecimento urbano de água e energia: para que não falte recursos em eventos extremos; 
  • Uso de vegetação: para amenizar as ondas de calor e frio que podem contribuir para a vida urbana; 
  • Repovoação de áreas não seguras: retirar casas e construções de locais de alto risco. 

 

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