Fotos: Elisa Elsie (UFRN)
As atividades de divulgação científica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram apresentadas, esta semana, no 1º Encontro Internacional de Divulgação Científica, Saúde e Impacto Social, encerrado hoje (12) em Madri, Espanha. O evento, que começou segunda-feira (8), teve a participação de 11 universidades da Europa, África e América Latina, entre elas três brasileiras, a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) e UFPR, além de representantes do Ministério da Saúde do Brasil.
O encontro foi organizado pelo Centro de Produção de Conteúdos Audiovisuais e Digitais para a Pesquisa e a Docência (CREAV) da Universidade Complutense de Madri, sede do evento, e pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde LAIS da UFRN. Convidada, a UFPR foi representada pela professora Regiane Ribeiro, diretora do Setor de Comunicação, Artes e Design (Sacod) e coordenadora da Agência Escola de Comunicação Pública e de Divulgação Científica – AE, e pelo professor e pesquisador em comunicação Elson Faxina.
“Nesse contexto, temos o compromisso de ser tradutores, mediadores e colaboradores para facilitar o acesso a esse conhecimento em constante expansão, por meio de pesquisas, formação e construção de narrativas que, aliadas a ferramentas digitais e às novas plataformas de comunicação, nos permitam alcançar públicos reais” — prevê um trecho do documento.
Protagonismo da comunicação
Elaborado pelos participantes do evento, o documento colaborativo destaca ainda que “a comunicação não pode ser algo secundário, deve estar inserida em todas as esferas da sociedade, em distintas áreas de conhecimento e participante de todo o processo de planejamento e execução”. E que questões atuais, como o advento da inteligência artificial acessível a todos, têm colocado em dúvida o valor da atividade e seu desempenho.
“No entanto, como profissionais de comunicação já presenciamos e aprendemos a conviver com inúmeros desenvolvimentos tecnológicos que, em princípio, se posicionavam como verdugos, mas, à medida que fomos conhecendo sua natureza, foram convertidos em simples ferramentas úteis para otimizar processos e ampliar o alcance de nosso conhecimento e não para substituir o espírito criador e o intelecto”.
Ao destacar a especificidade da comunicação, o documento faz um apelo: “Exortamos todas as instituições públicas de apoio à pesquisa que compreendam que a divulgação dos resultados da produção científica é uma obrigação social, tanto para prestar contas à sociedade dos recursos públicos utilizados quanto para democratizar e popularizar o conhecimento construído, e que fazer comunicação tem custos técnicos, materiais, de produção, distribuição e circulação e necessita ser feita de maneira profissional e não artesanal. Por isso, é fundamental que cada projeto financiado reserve, obrigatoriamente, uma porcentagem de recursos para a popularização do conhecimento pelos diferentes meios de comunicação e redes digitais”.
Para a professora Regiane Ribeiro, a criação da rede é mais uma iniciativa para a construção de metodologias comuns para a pesquisa em comunicação, divulgação e popularização da ciência, além de importante e imprescindível estratégia para promover a cooperação internacional, facilitando o intercâmbio de conhecimentos, experiências e melhores práticas entre pesquisadores dos diferentes países e culturas.
“Nosso compromisso como instituições, como profissionais e como seres humanos é reforçar a presença de uma comunicação rigorosa, baseada em evidências, de interesse público, eficaz e livre”, explica a pesquisadora.