Relato de experiência conta os bastidores do processo criativo da vinheta da Agência Escola. #AgenciaEscolaUFPR
Por Gabriela Oberhofer
A criação de uma nova vinheta foi uma das primeiras demandas que os professores da Agência solicitaram em 2019. O lançamento das nossas redes sociais se aproximava, um grande fluxo de material audiovisual estava sendo produzido e havia uma percepção geral de que a vinheta vigente não exprimia a essência do que realmente é feito por aqui. Eu e a Rafa (bolsista de Design) – que já tínhamos experiência na produção de identidades audiovisuais – logo assumimos a responsabilidade do projeto, chamando o Marcos (bolsista de Música) para fechar o trio de criação.
De início, nós duas prontamente concordamos que a vinheta deveria ser visualmente agradável, sem muitos floreios; mas, fora isso, não tínhamos noção do que gostaríamos de transmitir em termos de conteúdo. Ao conversarmos com o professor Fábio Hansen (Publicidade e Propaganda), ele sugeriu que a gente buscasse inspiração em uma lista de palavras que foram associadas à Agência na última edição do Integragência – evento de socialização entre toda a equipe que, nesta reunião em específico, serviu para pensar a identidade do projeto. Foi a partir daí que decidimos trabalhar com o conceito de pluralidade.
A pluralidade diz respeito, principalmente, ao fato de que nós buscamos divulgar o potencial científico e cultural de todas as áreas da UFPR. A vinheta, portanto, tinha o papel de destacar visualmente grandes áreas do conhecimento para, então, revelar a Agência Escola como articuladora dessa diversidade.
Mas afinal, como expressar tanta coisa em apenas 5 segundos de vinheta?
Nós já estávamos um pouco fartas de trabalhar exclusivamente com animação digital e queríamos desenvolver algo mais palpável. Sendo assim, para dar forma a tudo isso, resolvemos apostar na experimentação.
Depois de um longo brainstorm e uma busca extensa por referências artísticas, optamos por fotografar o nome “Agência Escola” com materiais que refletiam os diferentes setores de ensino da UFPR. Dessa forma, cumpríamos o nosso objetivo inicial – que era reforçar a noção de pluralidade e evidenciar a marca da Agência.
Apesar de ter aumentado consideravelmente o nível de complexidade, a experimentação teve o intuito de integrar e estimular o envolvimento de todos. E, realmente: durante o período de pré-produção, por exemplo, solicitamos uma lista de materiais para ajudar na composição das fotos e a mobilização entre todos foi intensa. Ainda assim, podemos dizer que a obtenção dos materiais foi uma parte exaustiva do projeto: tivemos que abandonar a ideia de fotografar conchas porque ninguém tinha tantas (era para elas representarem o Centro de Estudos do Mar), atrasamos o cronograma em busca de peças específicas e tivemos que nos deslocar até Piraquara para fotografar os tipos móveis na Imprensa da UFPR.
Após as primeiras fotografias terem sido tiradas, o receio era grande. Em razão dos diferentes locais em que fotografamos (DeArtes, Imprensa, Decom), o fundo de cada imagem era diferente, e o nosso maior medo era que não conseguíssemos deixar as composições parelhas mesmo com a edição. Felizmente, a Rafa domina bastante de Photoshop e os fundos ficaram exatamente como imaginávamos. Aliás, de modo geral, a vinheta ficou exatamente como foi idealizada.
A trilha sonora, feita pelo Marcos, tinha como principal referência as produções da TV Cultura de alguns anos atrás: o memorável Castelo Rá-tim-bum tinha uma marca sonora inconfundível. Queríamos algo semelhante, mas ao mesmo tempo único. Tão logo a primeira versão da trilha ficou pronta, comecei a moldar a animação final e partir daí não demorou muito para chegar no resultado final.
Nós, como equipe, estávamos totalmente satisfeitos com o nosso trabalho. No entanto, ficamos apreensivos de que na reunião semanal a receptividade não fosse tão boa, visto que era um produto bem diferente de tudo que tinha sido feito até então. Para nossa surpresa, a apresentação foi seguida de uma salva de palmas – aprovação unânime! O que percebemos foi que com uma atmosfera de criação livre e sem restrições, é possível sim desenvolver ideias que fogem do comum e seguir caminhos antes não trilhados.
Eu sinto que todo “trabalhão” que a gente teve valeu a pena quando eu paro para olhar essa belezinha. Dá uma olhada e não me diz se ficou incrível?!