Saiba como as Unidades de Conservação atuam na preservação do Meio Ambiente
Por Priscila Murr
Fotos: Lageamb
Parceria AE UFPR e Lageamb
Você certamente já ouviu falar em mudanças climáticas, efeito estufa e aumento da temperatura média global… e, no contexto do mês de junho, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente (5), essa temática ganha ainda mais visibilidade. Mas, afinal, como
isso afeta o bem-estar humano? E de que forma podemos agir para minimizar os efeitos disso na saúde pública, tanto a curto quanto a médio e longo prazos?
Uma das formas legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivo de cuidar da natureza, por exemplo, é a criação de Unidades de Conservação (UCs), que são espaços compostos por áreas de proteção ambiental. São lugares ricos em diversidade de espécies
de animais e vegetais, com água de boa qualidade e infraestrutura com recursos para facilitar a visitação e a prática de atividades; promovem o desenvolvimento sustentável, garantindo a manutenção da diversidade biológica.
Como exemplos de UCs, temos: a Reserva Natural Salto Morato (PR) e a Reserva Natural Serra do Tombador (GO), para as quais o Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (Lageamb), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolve o projeto “Adaptando
Unidades de Conservação”, que está produzindo planos de Adaptação Climática, para ambas as reservadas, que são geridas pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Esses planos buscam diagnosticar problemas que podem ser agravados pelas mudanças climáticas e propor soluções baseadas na natureza, a fim de reduzir os riscos tanto para as comunidades do entorno quanto para a própria biodiversidade. E, além deles, existe
a proposta de elaboração de um guia para que se repliquem essas ações em outras UCs Brasil afora.
Nesse sentido, as UCs efetivam a atenção quanto aos processos de interação entre o ser humano e a natureza, garantindo que espaços com diversidade de componentes naturais mantenham-se resguardados. Pensando na fonte mais importante da subsistência humana, a
água, que é um recurso natural fundamental para a vida das espécies, tanto porque é a base para sobrevivência e desenvolvimento quanto por ser essencial à agricultura, indústria, produção de energia, entre outros, delineamos uma relação fundamental entre UCs,
saúde pública e meio ambiente, como explica o doutor em Sistemas Costeiros e Oceânicos pela UFPR e pesquisador do Lageamb, Bruno Martins Gurgatz:
“As Unidades de Conservação protegem áreas de nascentes, rios e mananciais, que são essenciais para garantir uma água limpa. A vegetação nativa atua como filtro natural, retendo sedimentos e poluentes, e as florestas emitem moléculas químicas, que ajudam
na formação de nuvens em larga escala, distribuindo a umidade. Sem a preservação dessas áreas, aumenta o risco de contaminação da água por agrotóxicos, esgoto e erosão do solo”.
E mais do que assegurar a água de qualidade, esses cuidados com a natureza se traduzem em espaços de utilização comum. “Além de garantir o provimento de água, de um clima regular e preservar espécies importantes, as unidades de conservação garantem que tenhamos
lugares para a realização de exercícios, contemplação e lazer. Não preciso nem falar da importância da atividade física para a saúde, como melhoria do sistema cardiovascular, saúde mental e bem-estar geral”, completa o pesquisador.
Logo, ações como as desenvolvidas pelo Lageamb, em parceria com a Fundação, têm alto impacto na vida social, com reflexo direto no âmbito da saúde pública. A qualidade de vida e o bem-estar humanos se dão sobretudo por meio de práticas sustentáveis, que garantam
a saúde ambiental, por meio da contribuição mútua. Ações como essas auxiliam no cumprimento de metas como a conservação do solo e a segurança hídrica, que estão entre os Objetivos do Milênio estabelecidos pela ONU, uma das quais o Brasil se comprometeu a cumprir
até 2030.