Evento online começou nesta quarta (16) e segue nesta quinta (17) abordando experiências de divulgação científica #AgenciaEscolaUFPR
Por Matheus Dias
Edição: Chirlei Kohls
A Agência Escola de Comunicação Pública UFPR (AE) realizou o primeiro dia do evento online Divulga Ciência AE, que discutiu os desafios, as dificuldades, as oportunidades e a importância de políticas e experiências de divulgação científica no Brasil. Transmitido no YouTube e no Facebook da AE, o evento contou com a participação de nomes importantes da produção acadêmica no país. O Divulga Ciência AE começou nesta quarta-feira (16) e continua nesta quinta (17) a partir das 10h com transmissão ao vivo nos mesmos canais – confira a programação completa neste link.
Após abertura feita pelo reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, o evento, mediado pela coordenadora da Agência Escola, Regiane Ribeiro, contou com a participação do professor Rodrigo Arantes Reis, que é coordenador de Cultura da UFPR e vice-presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências (ABCMC). Reis comentou sobre as políticas públicas de divulgação científica, além de relatar iniciativas relevantes de apoio e incentivo à discussão sobre a ciência em diversos locais do Brasil.
“O incentivo à divulgação científica têm várias finalidades, dentre elas, a atração de jovens para a produção científica, o desenvolvimento tecnológico e econômico e a redução das desigualdades sociais. Isso acontece através das políticas públicas de divulgação científica e da apropriação das pessoas de uma cultura científica que promove a inclusão social”, afirmou.
Também contribuiu com o evento o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig. Ele comentou sobre a trajetória de desenvolvimento da estrutura científica no Brasil e no Paraná, mencionando tanto as instituições criadas nas últimas décadas, como as agências de fomento, as fundações de auxílio, os programas de pós-graduação e outras entidades que apoiam diretamente a produção acadêmica.
“Nosso primeiro programa de pós-graduação stricto sensu foi o de Engenharia Química da UFRJ, fundado em 1964. Portanto a nossa estrutura de formação de cientistas é bastante recente, muito inspirado em um modelo europeu, que passou a seguir mais um modelo americano. Desde então, o nosso sistema de formação de cientistas pode se qualificar muito, e para nós que estamos diretamente envolvidos com esse tema, a qualificação é essencial. A Fundação Araucária é uma grande parceira na questão da educação para a ciência”, comentou.
Por fim, o evento trouxe a participação do presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Ildeu de Castro Moreira. Em sua apresentação, falou sobre os diversos desafios que o Brasil enfrenta para realizar uma maior divulgação científica, dentro e fora das universidades. Também tratou das diretrizes de trabalho que podem ser efetivadas para o estabelecimento de uma cultura que incentive ao amplo desenvolvimento científico, entre outros temas.
“O Brasil se insere num contexto no qual a educação científica é ruim, mas a ciência está em crescimento, bem como o interesse da população por temas relativos à ciência. Ela avança, mas ainda é frágil, pois tem dificuldade em ocupar a mídia, as redes sociais e fazer parte da cultura brasileira. Além disso, passamos por um período no qual cresce o negacionismo baseado em fake news, no qual também o governo reduz os investimentos em ciência”, descreveu.
“Embora nós falemos sobre estratégias para difundir a ciência nas redes sociais, precisamos sempre lembrar que a vida real não está na internet. Por isso, precisamos de estratégias e planos de ação abrangentes que também cheguem à realidade das pessoas. Nós temos um grande público para alcançar, e a internet não é a única saída”, advertiu.
Clique aqui e assista ao vídeo completo do primeiro dia do Divulga Ciência AE.