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Poluição por gases tóxicos diminui no Porto de Paranaguá

Por Artur Lira 

Fotos: AEN (Agência Estadual de Notícias), Portos do Paraná e arquivo pessoal  

Supervisão: Maíra Gioia

 

Pesquisadores da UFPR detectaram que, comparativamente nos anos de 2019 e 2020, houve redução da emissão feita por navios no maior porto de grãos da América Latina por conta de nova política de combustíveis

 

Mais de 6 milhões de mortes prematuras por ano estão associadas à poluição no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o número de mortes por conta da contaminação do ar supera o número de 50 mil pessoas, dados do World Resource Institute. Dentro desse mar de notícias ruins, um lapso de esperança, cientistas da Universidade Federal do Paraná detectaram que no maior porto de grãos da América Latina e o segundo maior do Brasil, o Porto de Paranaguá, no litoral paranaense, teve diminuição da poluição ligada a metais pesados como o vanádio (86%) e o níquel (62,06%).

 

“A gente pode ver que a contribuição dos navios para a poluição de Paranaguá, no ano de 2019, chegou a um pico de 80%, então de toda a poluição presente no município, considerando o elemento vanádio, 80% vinham da atividade marítima. Já para o ano de 2020, esse percentual reduziu para 5%”, explica a pesquisadora Camila Bufato.

 

Camila Bufato, doutora em Engenharia Ambiental, publicou esses resultados no artigo “Impact assessment of IMO’s sulfur content limits: a case study at latin America’s largest grain port” em conjunto com uma grande equipe de pesquisadores da área. Os resultados da pesquisa foram baseados na sua tese de doutorado, orientada pelo professor Ricardo Godoi, que avaliou a qualidade do ar no Porto de Paranaguá. A cientista avaliou os impactos das políticas instituídas pela Organização Marítima Internacional (OMI) em 2020 para a redução da composição do enxofre no combustível utilizado pelos navios que trafegam até o porto.

 

“Os principais motivadores que levaram à pesquisa do tema foi justamente essa lacuna de conhecimento sobre a eficácia dessa resolução do teor de enxofre e a possibilidade de desenvolver esse estudo em um porto brasileiro. Foi muito efetivo, pois a gente conseguiu a partir de dados de amostragem que nós tínhamos do ano de 2019 com o ano de 2020 avaliar esse processo de transição”, explica Bufato.

 

Porto de Paranaguá. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

 

Para chegar no resultado os cientistas contaram com equipamentos chamados “impactadores Harvard” que auxiliaram a medir a concentração média de material particulado fino 2.5. O conteúdo coletado por esses impactadores passou por um processo de raio x. O objetivo foi identificar o tipo de material particulado.

 

 

 

“Nessa análise nós conseguimos identificar as concentrações elementares, como eu já havia citado, de níquel, de vanádio, de chumbo, desses metais presentes nessa amostra. Dessa maneira nós conseguimos calcular as concentrações desses filtros”, destaca Bufato.

 

 

Com a melhora no ar, os habitantes de Paranaguá vão poder respirar um ar mais puro e ter menos malefícios para as suas saúdes, no entanto, ainda são necessários mais estudos para dimensionar os impactos da redução da poluição na diminuição de doenças respiratórias, efeitos crônicos e outros resultados positivos para a saúde.

Quanto ao tema da poluição, o Governo do Estado do Paraná se baseia na ciência para detectar os níveis de emissão de poluentes. Isso ocorre por meio do incentivo a projetos como o Napi Emergência Climática. O projeto reúne mais de 48 pesquisadores espalhados pelo Paraná e comporta como um dos seus objetivos justamente a detecção de gases poluentes. O projeto tem duração de 3 anos e um orçamento de 3,2 milhões de reais.

 

Porto de Paranaguá. Foto Rodrigo Felix Leal (SEIL-PR)

 

 

Porto de Paranaguá. Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

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