Além de tratamento psicológico, TelePSI disponibiliza treinamento para interessados em prestar apoio emocional às pessoas com as quais convivem durante a pandemia #AgenciaEscolaUFPR
Por Breno Antunes da Luz, bolsista de Jornalismo
Sob supervisão de Chirlei Kohls
Professores do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) colaboraram com o desenvolvimento de um projeto nacional para cuidar da saúde mental de profissionais de saúde sensibilizados pela pandemia de Covid-19. O TelePSI oferece tratamento psicológico por telefone ou vídeo chamada – o contato inicial pode ser feito pelo número 0800 644 6543 (opção 4). A proposta é oferecer 10 mil horas de atendimento aos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS). O TelePSI também disponibiliza um treinamento para interessados em prestar apoio emocional às pessoas com as quais convivem durante a pandemia – o material está disponível neste link.
O projeto é coordenado pelo Ministério da Saúde e pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que é ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e tem apoio e participação de outras universidades e institutos. Além de ensinar técnicas de atendimento e prestar assistência direta aos profissionais da saúde, as instituições parceiras desenvolvem uma pesquisa sobre a eficiência da técnica e os impactos na saúde mental dos participantes. O projeto também disponibiliza vídeos de psicoeducação, que orientam sobre questões como ansiedade, depressão, estresse e luto.
A contribuição da UFPR se deu com a participação dos professores Marco Antonio Bessa e Raffael Massuda, ambos do Departamento de Psiquiatria, na elaboração e revisão do material para o treinamento. “Esperamos minimizar o sofrimento emocional e psicológico dessas pessoas e tentar evitar que se tornem problemas mais graves. Precisamos oferecer ajuda especializada nesse momento crítico”, diz o professor Marco reforçando que a pandemia demanda busca de soluções fundamentadas em conhecimento científico sólido e amplo.
O professor Raffael acrescenta que a importância do projeto vai além da assistência ao sofrimento psíquico. “Isso abre as portas para uma pesquisa sobre o impacto que a teleassistência pode causar. Podemos verificar se ela é efetiva, qual o melhor modelo, checar se funciona bem por vídeo e por telefone. Isso permite que coletemos mais informações e dados sobre esse tipo de abordagem”.
Projeto também disponibiliza vídeos de psicoeducação, que orientam sobre questões como ansiedade, depressão, estresse e luto. Imagens: Divulgação
Para o professor da UFRGS e coordenador do projeto, Giovanni Salum, o TelePSI só foi possível pela colaboração de muitas instituições para o planejamento de intervenções cientificamente embasadas para ajudar os profissionais da saúde. “Na UFPR os professores contribuíram com um material que está sendo usado por pessoas no país inteiro para auxiliar indivíduos com problemas de saúde mental, como a ansiedade, irritabilidade e depressão”.
Material de assistência psicológica
A primeira frente, na qual a UFPR participa, disponibiliza material para a prática da assistência psicológica. O treinamento ensina técnicas utilizadas neste tipo de atendimento e exibe tanto a visão teórica quanto a visão prática, fazendo uso de sessões simuladas das técnicas sendo aplicadas.
O material é direcionado para profissionais de saúde. No entanto, qualquer um pode ter acesso. Os psicólogos e médicos que concluírem o material podem obter um certificado. Para ter acesso e saber mais sobre o treinamento, clique aqui.
Teleassistência
Para desenvolver atividades de atendimento psicológico para profissionais de saúde, o Ministério da Saúde disponibilizou uma linha telefônica específica. A partir desse telefonema, essas pessoas serão triadas para um atendimento em vídeo ou com psicólogos, utilizando de técnicas de terapia interpessoal ou terapia cognitiva comportamental (TCC), dependendo da gravidade do caso. O contato pode ser feito pelo número 0800 644 6543 (opção 4).
A terapia interpessoal busca entender as relações e o meio no qual o indivíduo está inserido, buscando identificar padrões e solucioná-los; já a TCC aborda a maneira como o paciente interpreta as coisas ao redor. Ambas as técnicas são de curto prazo, visando diminuir o sofrimento mental. Em caso de continuidade do sofrimento, o profissional pode ser encaminhado para atendimentos de longo prazo ou medicamentosos.