Notícias

Conexão UFPR: ciência e criatividade unidas pela sustentabilidade ambiental

Projetos da UFPR inspiram uma nova forma de viver em sociedade e mostram que extensão e pesquisa são pontes entre o conhecimento e a transformação

 

Por Gabriel Costa 

Fotos: reprodução e José Fernando Ogura

Supervisão: Maíra Gioia

 

Em um mundo onde os efeitos da crise climática estão em curso, comunicar e educar se tornam atos de resistência. Tornar a ciência próxima e compreensível é um dos caminhos para inspirar novas formas de viver em sociedade – mais justas, solidárias e conscientes do impacto que deixamos no planeta.

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), essa aproximação acontece todos os dias. Nas salas de aula, nos laboratórios ou nas comunidades, a UFPR mostra que extensão e pesquisa são pontes entre o conhecimento e a transformação. A instituição, que abriga o Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (PPGMade), também forma pesquisadores capazes de olhar para a sustentabilidade com um viés interdisciplinar, humano e criativo.

Entre os projetos apresentados na SIEPE 2025, que acontece entre 20 e 24 de outubro, dois exemplos mostram como a comunicação e a educação podem despertar consciência ambiental: Educação Ambiental na Prática, e Design Gráfico Studio para Sustentabilidade (DGSs). Além disso, a semana também se destaca pela reinauguração do Museu de Ciências Naturais (MCN) e a abertura da primeira exposição temporária, resultantes dos projetos de reestruturação do local.

 

Educação Ambiental na Prática  

 

Coordenado pela professora Flávia Sant’Anna, que integra o Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e em Matemática, o projeto Educação Ambiental na Prática acredita que a escola é um espaço essencial para enfrentar a crise climática. A iniciativa oferece oficinas e cursos para professores da rede municipal de Curitiba, incentivando a reflexão sobre meio ambiente de forma acessível e conectada à realidade dos alunos.

 

Professora Flávia Sant’Anna. Foto: Reprodução Lattes

“O Educação Ambiental tem o papel de informar e conscientizar os estudantes com base em conhecimentos científicos, mas de maneira transdisciplinar, dialogando com todas as áreas do saber”, explica a professora. Para ela, o segredo está em transformar o conhecimento em experiência. “Quando os alunos entendem que pequenas ações podem gerar mudanças reais, deixam de se sentir impotentes e passam a se enxergar como parte da solução.”

 

Ao longo de quase uma década, o projeto percebeu que a combinação entre formação continuada e materiais de apoio gratuitos – como jogos didáticos, roteiros e planos de aula – é o que realmente estimula os professores a aplicarem o conteúdo em sala. “Só a formação ou só o material, isoladamente, não têm o mesmo efeito. Quando as duas coisas acontecem juntas, os resultados aparecem”, conta a professora.

A proposta tem gerado impacto direto nas escolas, inspirando educadores a transformar discussões sobre meio ambiente em práticas concretas – um passo importante para formar gerações mais críticas e responsáveis.

 

Capa do segundo volume do livro Brincando e Aprendendo sobre o meio ambiente. Arte: reprodução

 

Design Gráfico a serviço da sustentabilidade

 

Já na área da comunicação visual, o Design Gráfico Studio para Sustentabilidade (DGSs), mostra como o design pode ser um instrumento poderoso para comunicar ciência em linguagem acessível.

Carolina Calomeno, que coordena o projeto e integra o Programa de Pós-graduação em Design, explica que “muitas informações sobre sustentabilidade estão em um formato muito acadêmico. Nosso papel é fazer essa tradução, adaptando a linguagem e a forma para o repertório de jovens e crianças”.

O grupo desenvolve materiais digitais e gratuitos, que podem ser usados por escolas e professores, mesmo em contextos com poucos recursos. Além da preocupação com a sustentabilidade, o DGSs tem a acessibilidade como princípio central: os projetos incluem tipografias para pessoas com baixa visão e audiodescrição de imagens, garantindo que o conteúdo seja compreensível para diferentes públicos.

A metodologia usada pelo estúdio segue o design centrado no humano, que considera as emoções e o contexto de quem vai utilizar o material.

 

“Não se trata apenas de criar algo bonito, mas de entender o que a pessoa sente ao interagir com aquilo. Comunicação é empatia”, afirma Carolina.

 

Você pode conhecer um pouco mais do projeto participando da roda de conversa que os integrantes vão realizar durante a SIEPE. Será no dia 22/10, entre 19h e 20h40, na sala PC05 do prédio de Ciências Exatas no campus Politécnico.

 

Museu para aproximar a sociedade da ciência

 

Foto: José Fernando Ogura

Outro exemplo chega por meio do Setor de Ciências Biológicas que realiza a reinauguração do Museu de Ciências Naturais (MCN) na quinta (23), às 16h30, no andar térreo. A reabertura celebra os 30 anos de atividades do Museu, que é uma instituição pioneira e consolidada como referência nas áreas de Ciências Biológicas e História Natural do Paraná. A reestruturação pretende, justamente, fortalecer a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, aproximando a ciência da sociedade. A reestruturação conta com o apoio de diversas instituições e programas de fomento por meio do projeto “O Museu de Ciências Naturais do Setor de Ciências Biológicas da UFPR como espaço de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

A iniciativa é viabilizada por meio do projeto “O Museu de Ciências Naturais (MCN) do Setor de Ciências Biológicas da UFPR como espaço de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, que conta com o apoio de diversas instituições e programas de fomento, como da Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Parquetec, no âmbito do edital Extensão para a Sustentabilidade; da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio do edital PROEXT, que promove ações de extensão vinculadas à pós-graduação; pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), através do Programa PoP Ciência e dos editais da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia dos anos de 2024 e 2025; e, ainda, pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI) e Fundação Araucária através dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação: NAPI Paraná Faz Ciência, NAPI Taxonline, NAPI memória e inovação.

A cerimônia de reinauguração será realizada juntamente com a abertura da exposição temporária “Expedição Caminhos das Águas”primeira de um conjunto de quatro mostras sequenciais de divulgação científica, financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e concebidas a partir de eixos interdisciplinares que reuniram pesquisas de diferentes programas de pós-graduação do Setor de Ciências Biológicas da UFPR. Na ocasião, será também lançado o projeto “Amigos do MCN”, uma iniciativa de extensão voltada à arrecadação de recursos para o fortalecimento e a sustentabilidade das atividades do Museu de Ciências Naturais da UFPR.

 

Foto: José Fernando Ogura

 

Conexão que amplia o olhar sobre sustentabilidade

 

A 16ª edição da SIEPE, que em 2025 chegou com novidade – o 1º Evento de Pesquisa e Extensão da Pós-graduação (EPEx-PG) -, reforça que a extensão é também uma forma de comunicar: aproximar, traduzir, inspirar. Em comum, as iniciativas revelam uma universidade viva, que se renova no encontro com a comunidade e reafirma seu papel público.

Por trás dos projetos que promovem a conscientização ambiental, existe também o trabalho da pós-graduação, espaço onde pesquisa e prática se encontram para pensar sobre o futuro. No Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento (PPGMade/UFPR), a sustentabilidade é abordada como uma questão que atravessa territórios, conhecimentos e modos de vida.

As reflexões produzidas nesse espaço acadêmico se transformam em ações concretas, que conectam ciência e cotidiano, a UFPR e a comunidade. A conexão entre ensino, pesquisa e extensão se fortalece quando o conhecimento é transformado em experiência compartilhada, e é isso que iniciativas como o Educação Ambiental na Prática e o Design Gráfico Studio para Sustentabilidade ajudam a construir.

Mais que divulgar ciência, essas ações refletem a sensibilidade que impulsiona a universidade pública: entender a complexidade das questões ambientais academicamente, mas sem perder de vista as pessoas. É também essa perspectiva que orienta a atuação da pós-graduação na UFPR, apoiada por programas como o edital PROEXT-PG, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG/UFPR), que promove ações voltadas à popularização da ciência e à construção de um futuro sustentável.

Assim, a UFPR reafirma seu papel de formar pesquisadores e profissionais capazes de transformar conhecimento em cuidado: com o planeta e com as relações que o sustentam.

Para saber a programação da 16a Siepe acesse:

Programação Siepe

Para saber a programação do 1o EPEx-PG acesse:

Curitiba

Palotina

Matinhos

Na próxima reportagem da Série Conexão UFPR você vai conhecer projetos de extensão e pesquisas da UFPR que dialogam sobre nutrição e alimentação saudável na sociedade. 

Mais lidas

Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

Curta!