Por Alice Lima
Supervisão: Maíra Gioia
Fotos: Agência Escola UFPR e divulgação
O cineasta Pedro Giongo e o geógrafo Eduardo Vedor falam sobre os temas a partir da convivência com os moradores da Ilha do Superagui, que está entre as 35 áreas com maior diversidade biológica do mundo
O último ano foi especialmente marcante em relação às emergências climáticas. As enchentes do Rio Grande do Sul e as ondas de calor são apenas alguns exemplos das consequências das mudanças que afetam a vida na Terra. Cada vez mais é necessário repensar os estilos de vida e a relação do ser humano com a natureza. Nesse contexto, as comunidades tradicionais se colocam como importantes aliadas na preservação e no manejo correto dos recursos naturais.
No 7o episódio do Bate Pop AE, o cineasta Pedro Giongo e o doutor em Geografia Eduardo Vedor, que é professor associado da Universidade Federal do Parará (UFPR) e coordenador do Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Ambientais (LAGEAMB), falam sobre os trabalhos realizados com a população caiçara da Ilha do Superagui, as reflexões geradas pela convivência com os pescadores e os impactos da emergência climática nas comunidades tradicionais do Paraná.
A ilha do Superagui pertence ao município de Guaraqueçaba (PR) e está dentro do Parque Nacional do Superagui, que é considerado pela Unesco como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o parque abriga várias espécies ameaçadas de extinção e é a única Unidade de Conservação de Proteção Integral que protege significativamente ambientes de praias arenosas no Estado do Paraná.
Arte
O cineasta e artista visual Pedro Giongo é mestrando na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos fundadores do Estúdio Tijucas, uma produtora independente. Pedro foi diretor do documentário “Listas de Desejos para Superagui”, vencedor da 27° Mostra de Cinema de Tiradentes. O filme produzido faz um sensível mergulho no cotidiano e na intimidade de pescadores da Ilha de Superagui, região no litoral do Paraná que carrega também a cultura caiçara.
Segundo Pedro, registrar o dia a dia dos pescadores artesanais foi um trabalho constante de escuta, as gravações demoraram cerca de cinco anos para serem concluídas e o objetivo foi retratar a passagem do tempo.
“Eu me rendi ao tempo da pesca, ao tempo das coisas. Tem dia que a gente filmava e não dava em nada, tem dia que a gente filmava e de repente pegava um peixão. Essa tentativa e erro faz com que a gente tenha alguma verdade ali”, relata.
Pedro também comenta que a comunidade já sente os efeitos das crises climáticas, como a alteração do nível das marés.
Pesquisa
“Se a gente pensar dentre as áreas que têm maior diversidade biológica do mundo, com maior risco de sofrer extinção de espécies. A região do Superagui é uma dessas 35 áreas do mundo. […] a relevância em termos ambientais é absurda ”, afirma o professor.
Assista ao Bate-Pop AE #07
Confira o episódio completo e todas as discussões trazidas por esses especialistas no 7º episódio do Bate-Pop AE: