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Ao infinito e Ciência! Conheça pesquisas brasileiras sobre o espaço

Por Gabriel Domingos
Edição: Pedro Macedo

Senhoras e senhores da nave, preparando o salto para o hiperespaço, sairemos de Star Wars para a SBPC na UFPR.”

Como parte da programação da 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),três instituições brasileiras que estudam o espaço e as estrelas marcaram presença: a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Observatório Nacional (ON) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A Agência Escola UFPR visitou os estandes para conhecer um pouco mais das suas inovações e da importância que a “ciência das estrelas” tem para a vida das pessoas. Vamos conferir? 

 

A ExpoT&C é uma mostra de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) que reúne diversos expositores interessados em apresentar novas tecnologias, produtos e serviços.

 

A primeira parada foi na Agência Espacial Brasileira para conversar com Aline Veloso, coordenadora de Desenvolvimento de Competências e Tecnologia da AEB. Ela explica que o papel da agência é gerir o programa espacial do Brasil e também apoiar o progresso tecnológico. Soma-se a isso uma área de inteligência que desenvolve projetos de divulgação científica e também de atuação nas escolas, chamado de “AEB Escola”.

Nele, a equipe realiza a divulgação do Programa Especial Brasileiro. Durante a atuação, a agência tem a possibilidade de compartilhar ainda mais os avanços brasileiros na ciência do espaço. Entre essas inovações, está o Amazonia 1, primeiro satélite de Observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil, que está em exposição, em formato de réplica, na ExpoT&C.

Aline reforçou a importância da interação do público. Na SBPC Jovem, a Agência Espacial Brasileira tem um espaço com jogos interativos e, inclusive, distribuição de kits mostrando os satélites brasileiros. Na ExpoT&C, o público é apresentado ao Programa Espacial Brasileiro e também à atuação do Brasil na área espacial em termos de ações e pesquisas.

“É algo que cativa muito, eles têm um interesse por conhecer a área espacial, os jovens principalmente”, diz Aline.

O Programa Espacial Brasileiro possui diversas aplicações práticas em nossa vida. Aline comenta, por exemplo, do trabalho realizado pela AEB onde é possível realizar o monitoramento do ambiente, dos oceanos e florestas. Os institutos recebem essas informações e, no caso do meio ambiente, dão base para ações de proteção ambiental.

“Dá para monitorar o desmatamento, incêndios florestais. Isso porque ele vê uma maior área da terra”, explica a pesquisadora. Além disso, em parceria com a NASA, a agência tem um programa chamado GLOBE, que usa a ciência cidadã para coletar dados sobre o meio ambiente e contribuir com a sua preservação. 

A próxima parada da AE foi ao estande do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), onde conversamos com Fábio Loyolla, chefe do Serviço de Comunicação Social da instituição. Ele diz que uma das missões é proporcionar benefícios para a sociedade a partir do desenvolvimento científico. Aqui, na SBPC, o Inpe apresenta novos projetos de satélites, que vão atuar no monitoramento de questões ambientais, tal qual é realizado pela Agência Espacial Brasileira.

Além do Amazonia 1, nos estandes do INPE e da AEB, os visitantes podem também conhecer a réplica do SCD-1, que é um satélite de coleta de dados lançado em 1993. Inicialmente pensado para um ano de vida útil, ele ultrapassou a barreira dos 30 e está, neste momento, batendo o recorde mundial, dia após dia, de satélite com maior longevidade no mundo.

Fábio comenta as que experiências na SBPC renderam ao instituto inúmeras visitas, um alto interesse da sociedade e, inclusive, contato com alunos da graduação, que podem depois ingressar na especialização e, até mesmo, seguir carreira no Inpe.

O Instituto, conforme Fábio, também pesquisa os oceanos com as informações sobre as correntes marítimas, as salinidades e outras variáveis do oceano.

“O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento das previsões de tempo com maior segurança e precisão”, explica.

Ele também informa que há um satélite em desenvolvimento para auxiliar o trabalho nesse sentido e, assim, proporcionar uma maior possibilidade de prever impactos da ação humana.

O Inpe também atua nas parcerias com outros órgãos de Governo. Uma das mais recentes é com o Ministério Público para o monitoramento de obras. Fábio destaca que o Instituto tem descoberto caminhos de trabalho que oferecem novos benefícios para o Brasil.

 

O peso pesado da ciência

“Há muito tempo (1915), em uma ciência muito distante…”, mas nem tanto assim, Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade Geral, a “quase definitiva” teoria, diz Ricardo Ogando do Observatório Nacional (ON).

Visitando o estande do ON, assistimos à explicação sobre a relatividade geral de Einstein, que explica o desvio de luz ocasionado pelo Sol. Ao final, ele fala que os pesquisadores estão se divertindo ao desafiar e provar essas teorias. Até agora, o físico alemão está se saindo bem. “É claro que o ‘novo Einstein’ que está por vir vai querer levar a relatividade geral a um novo patamar”, afirma Ricardo.

O Observatório também trouxe um sismógrafo, que trabalha com a geofísica mostrando uma vibração no mapa do Brasil. Outra atração que chama atenção dos visitantes é o grande livro de astronomia de realidade aumentada.

Com o auxílio de tecnologia, explica Ricardo, o livro mostra informações sobre planetas e galáxias. E outra experiência muito apreciada pelos visitantes é a oficina de nebulosas. A “Nebulosa”, na ficção, é filha do vilão Thanos, da Marvel. Mas, na realidade, explica Ricardo, são o “berço” das estrelas, ou seja, formações de gás e poeira onde astros nascem. Na oficina é possível ver a explicação e apresentação da nebulosa e depois cada pessoa pode fazer a sua com os materiais artísticos.

A experiência da realidade virtual que explica o funcionamento do eclipse de Sobral (CE) de 1919, que comprovou a Relatividade Geral do Einstein, fez sucesso com o público. Nessa experiência, você usa óculos de realidade aumentada e o visitante é transportado para a vila: consegue ver o eclipse como se estivesse lá. Depois, vamos ao espaço e, de forma bem didática, a animação nos explica como se dá o eclipse e os passos da teoria do Einstein.

O Observatório Nacional está envolvido em grandes mapeamentos digitais do céu. Segundo ele, a astronomia é essencialmente observacional. “Primeiro observamos e depois tentamos comprovar”, explica. Um exemplo é a matéria escura que só foi possível o seu conhecimento pelas observações, uma vez que nenhuma teoria previu a existência dessa matéria.

 

O Observatório Nacional foi criado em 1827, ainda pelo então Imperador D. Pedro I, e continua com suas atividades até hoje.

 

Na parte de geofísica, o ON tem pesquisas em sismologia, monitorando tremores, em magnetismo e em diversas outras áreas. “Além disso, tem a Hora Legal brasileira. Aquela zero horas, 20 minutos, zero segundos”, diz o pesquisador com voz de radialista. Além de se divertir com os visitantes, Ricardo comenta que participa da SBPC, na ExpoT&C, há vários anos e gosta das perguntas que as pessoas fazem. Afinal, é uma bela oportunidade de divulgar o conhecimento que vem da astronomia.

 

Conheça o Rover da ciência

“Waaaaaaaaaalllllllll-eee”!

De longe, os visitantes da ExpoT&C poderiam achar que estavam vendo uma réplica do famoso robô Wall-e do filme da Disney. Mas, na verdade, era o “rover da caatinga”. Ele é um protótipo, nos explica o pesquisador Bruno Henrique da Costa, da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) nos Estados Unidos. Ele surgiu a partir da escolha de 40 alunos do ensino médico que participaram da Feira de Ciências do Semiárido. Eles se juntaram ao pessoal do MIT e da UFERSA no desenvolvimento do “robozinho”.

“Ele foi produzido com a mão na massa. Nós colocamos as questões e os alunos que participaram iam propondo as soluções para a construção do rover”, explica.

Ele ainda é um protótipo, mas segue em desenvolvimento para ter a funcionalidade de explorar a caatinga, principal bioma da região onde os alunos estão inseridos, porém, é de difícil exploração. Por isso, o robô vai ganhar sensores ou mesmo inteligência artificial para produzir dados para pesquisa.

 

Com a atuação do robô, mais pesquisas sobre a caatinga poderão ser desenvolvidas com ajuda da tecnologia.

 

Esses foram só alguns dos destaques da SBPC na UFPR. Ficou com vontade de ir ao espaço também? Então “que a força (e a ciência) estejam com vocês”! E não se esqueça, a 75ª Reunião da SBPC vai até o dia 29 de julho, em Curitiba, e você pode conferir o restante da programação da semana no site.

 

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Sobre a Agência Escola UFPR

A Agência Escola UFPR, a AE, é um projeto criado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) para conectar ciência e sociedade. Desde 2018, possui uma equipe multidisciplinar de diversas áreas, cursos e programas que colocam em prática a divulgação científica. Para apresentar aos nossos públicos as pesquisas da UFPR, produzimos conteúdos em vários formatos, como matérias, reportagens, podcasts, audiovisuais, eventos e muito mais.

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